Dois novos sistemas robóticos – um para fabrico aditivo e outro de realidade mista, bem como a modificação inovadora resultante do uso vulgar da denominada impressão 3D, utilizada para plásticos, mas agora dedicada a outros materiais, metálicos e cerâmicos-, todos desenvolvidos por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), foram apresentados no dia 9 de abril, no lançamento da II Fase do Programa Indústria 4.0, que tem lugar no Campus de Azurém da Universidade do Minho, com a presença do Primeiro-Ministro, António Costa.
A tecnologia de impressão 3D criada na FCTUC utiliza 6 eixos de movimento, o que possibilita a impressão de peças metálicas de grandes dimensões em vários ângulos e planos, e já tem o interesse de uma das maiores fornecedoras de metal do mundo, a Tata Steel (Índia), uma vez que representa um grande avanço para toda a indústria que utilize materiais metálicos de grande envergadura (por exemplo, indústria aeronáutica e indústria do petróleo).
A aproximação entre o fabrico de filamentos de elevado teor em pós metálicos e cerâmicos para impressão 3D e o usado em misturas para injeção de pós (PIM), permite que sistemas utilizados para processamento de polímeros (injeção e também extrusão) sejam usados para a conformação por 3D de pós metálicos e cerâmicos, tornando possível, hoje, conformar com recurso a uma impressora 3D de custo reduzido, assistida por CAD, qualquer geometria e material, com a vantagem de produzirem, ao contrário de outras técnicas aditivas, peças com um acabamento quase final.
De notar que a UC possui uma longa experiência, e primordial, no fabrico de peças a partir de misturas de pós metálicos e cerâmicos, para elevadas séries de componentes com geometrias complexas ou seja para injeção e afins (PIM/Hot embossing). É nestas técnicas que se baseiam os princípios fundamentais da nova técnica de processamento 3D, dedicada a geometrias impossíveis e série moderada, que vai ser apresentada e designada por FDMet (pós metálicos ou FDC (pós cerâmicos), base de vários projetos de inovação com a indústria (ANI), em curso, sendo de salientar os denominados Coolgrafeno (co-promoção) e o Add-additive (mobilizador).
Já o sistema robótico de realidade mista promete simplificar a programação de um robô, «uma vez que o programador deixa de ter de saber o código específico de cada máquina, como é que se programa um determinado robô, isto é, os seus detalhes, a linguagem específica usada, as características do robô, etc., ou seja, tudo isso pode ser escondido do programador, o qual se concentra somente nos aspetos operacionais», afirma Norberto Pires, coordenador de dois dos projetos que foram apresentados.
Por seu lado, a coordenadora do projeto de FDMet/C, Teresa Vieira, afirma que «uma das tecnologias que é homotética da resultante da revolução industrial designada por 4.0 é sem dúvida a que se baseia nos designados Processos de Fabrico Aditivos. Nestes processos, o virtual domina os processos ditos reais/convencionais. As tecnologias que vamos apresentar representam uma grande mais-valia para as indústrias porque vão permitir simplificar processos e reduzir tempo e custos de produção».
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